Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Machado de Assis
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Uma desconstrução do Brasil, por meio da ironia, que escancara a hipocrisia da nossa elite dirigente no século 19. Machado de Assis dá voz a um narrador defunto que, longe da vida social, pode zombar do caráter das pessoas com quem conviveu. O romance também é importante por se valer de novas técnicas narrativas, fazendo-se a obra mais inovadora daquele século.
Macunaíma (1928), Mário de Andrade
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Considerado um dos principais romances modernistas, o livro aborda o mais divertido retrato do Brasil como um país que vive contemporaneamente em todas as idades do continente, no período pré-cabralino, no Brasil dos viajantes estrangeiros, na Colônia, no Império e na modernidade. O grande feito do livro é transformar as características do homem nacional tidas como defeitos em elementos positivos de nossa identidade malandra, ao mesmo tempo em que elege a pilhagem nos documentos como uma forma de invenção selvagem.
Vidas Secas (1938), Graciliano Ramos
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Um romance montado com cenas avulsas, a partir de quadros, em que Graciliano Ramos acompanha a rotina desesperadora de nordestinos que vivem de fazenda em fazenda, isolados do mundo. Fabiano e Sinhá Vitória têm que tomar uma decisão crucial, eternizar este ciclo de exploração ou tentar dar aos filhos o estudo que eles nunca tiveram. Mais do que um romance sobre a seca e o nordeste, é uma narrativa sobre o poder da linguagem.
A Paixão Segundo GH (1964), Clarice Lispector
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É considerado por alguns críticos o livro mais importante de Clarice Lispector, marcado por uma estrutura solta, que não tem começo nem fim — inicia e termina com reticências. O que o leitor acompanha é parte dos intermináveis questionamentos de uma narradora atormentada pela necessidade de se conhecer, ampliando metaforicamente o eu e o agora até os primórdios da vida no planeta.
O Bom Crioulo (1895), Adolfo Caminha
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Obra considerada um dos melhores exemplos do naturalismo brasileiro. A história conta o triângulo amoroso entre dois marinheiros e uma prostituta. A obra foi recebida pelo público e pela crítica de forma silenciosa, provavelmente, devido à presença de temas considerados polêmicos, como a homossexualidade entre militares e as relações sexuais interraciais.
O Alienista (1882), Machado de Assis
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Nesta narrativa, o autor conta a história do doutor Simão Bacamarte. Dedicado estudioso da mente humana, o médico decide construir a Casa Verde – um típico hospício oitocentista, supostamente para tratar pacientes com problemas de saúde mental na pequena cidade de Itaguaí. Com um estilo realista e fantástico a um só tempo, Machado conduz uma história surpreendente e mostra ao leitor que tudo é relativo e que a normalidade nem sempre é aquilo que a ciência e os fatos atestam de forma absoluta. É uma história surpreendente e atual em seu debate sobre desvios e normalidade, loucura e razão.
Meu Pé de Laranja Lima (1968), José Mauro de Vasconcelos
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O livro conta a história de Zezé, um garoto pobre, de seis anos, inteligente esensível. Carente de um afeto que não encontra na família,ele sai pelas ruas fazendo mil travessuras. Aprende tudosozinho e inventa para si um mundo de fantasia em queseu grande confidente é Xururuca, o pé de laranja-lima.
Gabriela Cravo e Canela (1958), Jorge Amado
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O romance é ambientado na cidade de Ilheus, na década de 20. Trata-se do romance entre uma jovem brasileira considerada mestiça e um comerciante árabe. Na trama, o autor aborda temas como a sexualidade e o papel da mulher no contexto político da República Velha.
O Casamento (1966), Nelson Rodrigues
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Único romance assinado pelo dramaturgo com o próprio nome – seus sete livros anteriores foram assinados com o pseudônimo feminino de Suzana Flag. A trama surpreende pela crueza de sua temática, abordando questões como paixão, sexo, culpa, perversão e morte.
Quarto de Despejo (1960), Carolina Maria de Jesus
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Publicado em 1960, Quarto de Despejo foi escrito entre 1955 e 1960. Trata-se de uma escrita testemunhal sobre o cotidiano da autora e dos moradores da Favela do Canindé, em meio à explosão urbana que São Paulo passava na época, com os consequentes sofrimentos, indignações, revoltas e angústias que a população negra e marginalizada era obrigada a superar diante de sua situação de miséria e desamparo.
Um Defeito de Cor (2006), Ana Maria Gonçalvez
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O romance (narrativa monumental de 952 páginas) foi publicado em 2006 e conquistou o prêmio Casa de las Américas como melhor romance do ano. A história é conduzida em primeira pessoa e conta a trajetória de Kehinde, jovem nascida no Benin, desde o instante em que é escravizada, aos oito anos, até seu retorno à África. Mais tarde, já livre, vê seu filho sendo vendido pelo próprio pai a fim de saldar uma dívida de jogo.
Ponciá Vicêncio (2003), Conceição Evaristo
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O romance, publicado em 2003, retrata a vida de uma menina negra, descendente de africanos escravizados, cuja família vive nas proximidades das terras de seus antigos mercadores de escravos. Para se libertar da vida da servidão no campo, a menina Ponciá decide tentar a vida na cidade, onde encontra outra face da realidade da pobreza, da solidão e da violência. Ainda que ficção, o livro é o reflexo de como a escravidão moldou e ainda molda a sociedade brasileira.
De grandes mestres indígenas: sobre Davi Kopenawa e Ailton Krenak, Idelber Avelar